Jacques Brel
(Schaerbeek, 8 de Abril de 1929 — Bobigny, 9 de Outubro de 1978)
Compositor e intérprete de clássicos da música francesa, foi diretor e ator de cinema, tendo se consagrado em 1972 com um dos maiores sucessos românticos internacionais, Ne Me Quitte Pas. Nascido em Bruxelas, na Bélgica, filho de um rico industrial, trabalhou na fábrica de papelão da família até comprar sua primeira guitarra, em 1950.
Ainda que em casa se falasse o francês, os Brel eram de ascendência flamenga, com uma parte da família originária de Zandvoorde, perto de Ieper. O pai de Brel era sócio de uma cartonaria, estando ele supostamente destinado a trabalhar na empresa da família.
Após os estudos iniciais, frequentou o Colégio Saint-Louis, a partir de 1941. Aluno pouco brilhante, é neste colégio que Brel começa a mostrar interesse pelas artes: em 1944, aos 15 anos, colabora na criação do grupo de teatro, atua em várias peças, escreve três pequenas histórias e interpreta ao piano alguns improvisos para poemas que ele próprio escreveu. Em 1953, enviou a um empresário em Paris um disco que gravara por conta própria. Após ouvir o disco, o empresário, à meia-noite, telefonou para Bruxelas, convidando Brel a se apresentar na capital francesa.
Estreou na boate Les Trois Baudets sem, contudo, conseguir sobressair-se. A partir de 1959, estrelou num music-hall ao lado de um conjunto negro, Delta Rhythm Boys, tendo um extraordinário sucesso e permanecendo em evidência pelos dez anos seguintes. Gravou composições como La Valse aux Mille Temps, Les Flamandes, Mathilde, Les Amants e Le Vieux. Trabalhou nos palcos em Dom Quixote de La Mancha e dirigiu o filme Franz. Teve breve passagem como ator de cinema e, entre suas participações, registram-se Testemunhas do Medo (Les Assassins de L'Ordre), dirigido por Marcel Carne em 1970, e Dois Aventureiros e uma Mulher (Le Bar de la Fourche), de 1972. Jacques Brel faleceu aos 49 anos, em 9 de outubro de 1978.
A morte é tema obsessivo em Jacques Brel, estando presente ao longo de suas produções. Para ele, a morte é o lugar-comum das nossas derrotas, o fim obrigatório de tudo.. Para além da morte não há nada, buraco negro que tudo traga. A morte, enfim, tem um significado quase metafísico e é a ela que confere aos projetos humanos o seu verdadeiro significado, colocando-os no domínio do provisório e do efêmero. Para ele, o homem tem sede de absoluto e é a morte que demonstra que esse objetivo está fora do alcance humano, tornando o fracasso algo inevitável.
Jacques Brel tem um olhar atento e crítico sobre o mundo exterior que acaba por se impor sem que ele consiga encontrar a chave que poderia abrir a porta para um mundo social e politicamente diferente.
Em suas canções, fala sobre ilusões e sua busca por elas, ainda que essas ilusões durem apenas o suficiente para causar a dor e o sofrimento perante a perda.
O amor é cantado como uma falência. As mulheres amadas que não chegam ou quando chegam o abandonam ou tornam a vida num inferno. A solidão que cresce à sua volta plantando desertos, torna Brel nostálgico das infâncias que correm atrás de improváveis faroestes, fora disso é a decadência que assume romanticamente. Exibe as frustrações, consente solidariedades fáceis dos que perseguem paraísos artificiais. O amor, portanto, é mais um caminho certo para o fracasso e a desilusão.
Brel canta sua poesia de forma o som e a palavra tornam-se indissociáveis... num romantismo quase Romântico, ele relê o amor e revive a morte com tamanha sensibilidade que a imagem do penhasco que se abre ao absoluto torna-se algo quase paupável...
2 comentários:
Hum... sabia nada disso! aprendi um "cadinho"! Abs.
ola, amei o sofá, vou fazer pra minha boneca, bjus passa la em casa
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