Pages

terça-feira, 22 de março de 2011

22 de março, Dia Mundial da Água

O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.
Mas porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido? A razão é que pouca quantidade, cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável. E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) está sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem.
No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água”:

Declaração Universal dos Direitos da Água

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.
Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

A água não é apenas uma preocupação pela vida... mas um elemento natural que nos comunica sentimentos e emoções... Masuro Emoto, pesquisador japonês, nos mostrou como isso pode ocorrer. Ele nos fez ver as mensagens da água e como elas são importantes para nós. A água nos está dizendo para olhar mais profundamente para nós mesmos. Quando nos vemos através do espelho da água, a mensagem se torna surpreendentemente clara. Sabemos que a vida humana está conectada diretamente com a qualidade da nossa água, tanto dentro quanto fora de nós.
Masaru Emoto publicou o livro A mensagem da água, baseado em seus achados nas pesquisas que fez em todo o mundo. Se você tiver alguma dúvida de que seus pensamentos afetam tudo em você e ao seu redor a obra de Emoto, mudará a sua mente e alterará profundamente suas crenças.
Com o trabalho de Emoto, temos evidências de que a energia humana vibracional, os pensamentos, as palavras, as idéias e a música afetam a estrutura molecular da água, da mesma água que compõe 70% do corpo humano maturo e cobre a mesma porcentagem do nosso planeta. A água é a fonte de toda a vida neste planeta e sua qualidade e integridade são vitalmente importantes para todas as formas de vida. O corpo é semelhante a uma esponja e é composto de trilhões de células que contém líquidos. A qualidade de nossa vida, portanto, está diretamente ligada à qualidade da nossa água.
A água é uma substância muito maleável. Sua forma física se adapta facilmente a qualquer ambiente. Mas não é apenas isso que muda: sua forma molecular também se altera, de acordo com a energia ou as vibrações do meio ambiente. Neste sentido, a água tem a capacidade de refletir visualmente o meio ambiente, bem como o reflete também em nível molecular.
Emoto tem documentado visualmente estas modificações moleculares através de suas técnicas fotográficas. Ele congela gotículas de água e as examina em fotomicroscópio de campo escuro. Seu trabalho demonstra claramente a diversidade da estrutura molecular da água e o efeito do ambiente nessa estrutura.
A neve tem caído na Terra por milhões de anos. Cada floco de neve tem sua forma e estrutura únicas. Congelando a água e fotografando a estrutura como Emoto tem feito, consegue-se informações incríveis a respeito da água. Com isso, ele descobriu muitas diferenças fascinantes nas estruturas cristalinas da água de muitos locais e em condições diferentes, ao redor do planeta. Águas de nascentes e fontes nas montanhas mostram os lindos desenhos geométricos em seus padrões cristalinos. Água poluída e tóxica de áreas industriais e muito populosas, assim como água estagnada de caixas d’água e represas mostram estruturas cristalinas definitivamente distorcidas e formadas sem ordem. Como podemos observar:
Masuro Emoto Masuro Emoto Masuro Emoto
Fonte de Siajo - Fonte de Sabuichi Yusui - Gelo Antártico
Masuro Emoto
Da esquerda para a direita temos amostras colhidas em:
Rio Horobetsu, Hokkaido
Fonte Metori Yusui
Rio Shimanto, Kochi
Geleira do Mont Cook, Nova Zelândia
Masuro Emoto
Masuro Emoto
Masuro Emoto
Lurdes - Águas do Lago Bikawo - RioYodo
Masuro Emoto
Masuro Emoto
Represa Fujiwara antes e após uma oração
Com a recente popularidade da musicoterapia, Emoto decidiu observar os efeitos que a música tem na estruturação da água. Ele colocou água destilada entre dois alto-falantes durante algumas horas e então fotografou os cristais que se formaram após a água ter sido congelada.
Masuro Emoto
Da esquerda para a direita temos as moléculas da água quando expostas às seguintes produções musicais:
“Pastoral”, de Beethoven
"Ária na Quarta Corda”, de Bach
Sutra do Tibete
Masuro Emoto Masuro Emoto Masuro Emoto
"Goldberg” - Dança Folclórica Kawachi - "Hado"
Masuro Emoto Masuro Emoto
Chopin - Heavy Metal
Após verificar que a água reage a diferentes condições ambientais, à poluição, à música, etc... Emoto e seus colaboradores decidiram observar como os pensamentos e as palavras afetam a formação de cristais em água destilada, não tratada, usando palavras datilografadas em papel e coladas à parte de fora de garrafas de água, durante uma noite. O mesmo processo foi realizado utilizando os nomes de pessoas já mortas. As águas foram então congeladas e fotografadas.
Masuro Emoto
As etiquetados continham as seguintes palavras, da esquerda para a direita:
Água destilada não tratada
Amor e Estima
Obrigado
Masuro Emoto
Novamente os recipientes receberam etiquetas, desta vez com as palavras:
Você me enoja. Eu vou te matar.
Adolph Hitler
Madre Teresa
Estas fotos mostram as incríveis reflexões da água, elemento vivo, respondendo a todas as emoções e sentimentos. Está claro que a água facilmente incorpora as vibrações e a energia de seu meio ambiente, seja ele tóxico, poluído ou naturalmente puro.
Masuro Emoto
Que não apenas num dia simbólico, mas que em cada dia de nossa vida possamos tratar a água com dignidade e respeito. Ela que nos proporciona a vida, sem nada nos cobrar por isso... Ela que nos comunica, de forma tão bela e delicada, seus sentimentos e emoções, a nós que ainda não aprendemos a ouvi-la. A nós que diante de seus diamantes comunicativos de emoções apenas calamos, por não sabermos como comunicar... A nós, que a medida que evoluímos nossa tecnologia, involuímos nossa comunicação e nossa emoção. Que Deus não nos permita chegar ao momento em que voltemos a grunhir...

Felicidade e consciência a todos nós!
Beijinhos




domingo, 20 de março de 2011

Dia do Artesão

Dia 19 de março é o dia do artesão.
A história do artesanato confunde-se com a história do homem, pois a necessidade de se produzir utensílios e instrumentos de rotina e até mesmo adornos, expressou a capacidade criativa como forma de trabalho. Há registros de que no ano 6 mil a.C. os primeiros artesãos surgiram no momento em que transformaram elementos da natureza em objetos de uso, através do polimento de pedras, da fabricação da cerâmica e do trançado de fibras animais e vegetais.
Passados quase 8 mil anos, os artigos artesanais passaram a ter forte apelo cultural, atendendo uma nova necessidade humana: preservar as suas memórias culturais, mantendo vivos o patrimônio imaterial e a sua história.
Os artesãos foram os guardiões de grande parte dos conhecimentos relativos aos processos de produção tradicionais empregados em todo o país. Por isso, hoje esses produtos atendem novos nichos de mercado, onde a identidade passa a ser um valor a ser conquistado, num mundo onde a padronização e a globalização ameaçam a individualidade e a diversidade cultural.
Mas, o artesão não guarda apenas esses valores pragmáticos. Sua importância é, também, de caráter subjetivo... Em sua obra ele guarda um pouco de si. Pois o artesanato é um tipo de arte, uma arte manual. O artesão é o artista que a exerce. Um artista que trabalha com sua criatividade, com sua responsabilidade artística e social. Trata-se do trabalho minucioso de operar materiais diversificados e alternativos. O artesão é um arquiteto de ideias. É um sábio, com a sabedoria da simplicidade... que encanta e fascina.

"O artesanato não quer durar milênios nem está possuído da pressa de morrer prontamente. Transcorre com os dias, flui conosco, se gasta pouco a pouco, não busca a morte ou tampouco a nega, apenas aceita esse destino. Entre o tempo sem tempo do museu e o tempo acelerado da tecnologia, o artesanato tem o ritmo do tempo humano. É um objeto útil que também é belo; um objeto que dura, mas que um dia, porém se acaba e resigna-se a isto; um objeto que não é único como uma obra de arte e pode ser substituído por outro objeto parecido, mas não idêntico. O artesanato nos ensina a morrer, e fazendo isto, nos ensina a viver".
PAZ, Octavio. "O Uso e a Contemplação"..

A todos os artesãos profissionais e aos de fim de semana,
aos renomados e aos sem nome,
aos experientes e aos iniciantes...
a todos... um feliz dia do artesão...
Que vocês possam continuar alegrando e embelezando nosso cotidiano!

Beijinhos!



terça-feira, 15 de março de 2011

Bolo de Cenoura, sabores e delícias no Jardim dos Sonhos

Bolo de Cenoura

Olá, pessoal!

Não se pode dizer que os dias estejam frescos, mas nem se comparam com os dias de calor absurdo que este verão nos reservou... Com uma temperatura mais amena, hoje tive mais ânimo para colocar em prática outra de minhas paixões: a culinária! Trago-lhes, então, uma receitinha de Bolo de Cenoura. É simplesmente delicioso, pois além do gostinho clássico do bolo de cenoura, este vem com uma cobertura crocante de chocolate... é de dar água na boca! Primeiro o chocolate se quebrando na primeira mordida, depois se desmanchando na boca, com seu sabor se misturando ao gostinho da cenoura...
Então chega de imaginar e vamos colocar as mãos na massa?

Ingredientes
Para a massa vamos precisar:
1 xícara de óleo;
4 ovos;
300g de cenoura;
3 xícaras de farinha de trigo;
1 colher de fermento em pó;
2 xícaras de açúcar;
1 colher das de sopa de casca de limão ralada.

Para a cobertura precisaremos de:
10 colheres das de sopa de açúcar;
6 colheres das de sopa de chocolate em pó;
4 colheres das de sopa de margarina;
3 colheres das de sopa de leite.

Modo de preparar
Bata no liquidificador o óleo, os ovos e as cenouras cruas, descascadas e cortadas em rodelas. Em um recipiente de tamanho suficiente para mexer os ingredientes, coloque a farinha de trigo, o açúcar e o fermento. Aos poucos vá acrescentando o creme das cenouras e a raspa de limão. Use uma forma redonda, de 25cm de diâmentro, com furo central, untada e enfarinhada. Asse, por aproximadamente 45 minutos, em forno médio pré-aquecido.
Assado o bolo prepare a cobertura. Não a faça antecipadamente, pois o chocolate irá endurecer e você não conseguirá cobrir seu bolo. Leve ao fogo todos os ingredientes juntos mexendo sempre, até que comece a se desprender do fundo da panela. Ainda quente coloque sobre o bolo.


Bolo de Cenoura
Prontinho! Agora é só saborear!

Beijinhos e até a próxima!



domingo, 13 de março de 2011

Móbile feito com CDs velhos. Bonito e Barato!

Olá, pessoal...
móbile de CD velho
Há um bom tempo não venho postando ideias de artesanato... As coisas por aqui andam corridas e o tempo ficou escasso! Além do retorno do ano letivo estamos com reformas aqui em casa, aí já viram, né?! A bagunça toma conta.
Mas, graças a uma de minhas turmas de sexto ano tive motivação para colocar minha criatividade a funcionar... Aula em meio Carnaval é realmente complicado! Todos com o pensamento na diversão e muito pouco aluno em sala de aula! Dessa maneira, para fazermos algo diferente e divertido nos ocupamos em organizar a sala de aula, arrumar algumas coisinhas e decorá-la, para amanhã (quando o Carnaval terá realmente acabado!) começarmos com um ambiente bastante agradável. Então o que fizemos foi alguns móbiles decorativos usando materiais simples como EVA e CDs velhos. Como não programei isso e a ideia veio na hora, não pude fotografar. Contudo, em casa resolvi fazer outro. Assim poderia mostrar para vocês e seria mais uma coisinha para o quartinho da Valentina... que em dois meses estará alegrando nossas vidas por aqui! Só dois meses, como está passando rápido!

Vamos então à confecção do móbile!

Basicamente o que você vai precisar é de CDs velhos, EVA na cor que quiser, cola quente, fio de nylon, miçangas, argola de chaveiro e materiais variados para decorar... sua criatividade é que ditará o rumo do trabalho.
Eu comecei escolhendo a ponteira. Aqui usei uma libélula. Trata-se de um brinco de prata que perdi um dos pares... aí tirei o ganchinho e usei! A seguir fiz uma sequencia intercalando pérolas de tamanhos diferentes. Usei umas florzinhas plásticas para dar um charme na peça!
móbile de CD velho móbile de CD velho
Chegamos ao ponto do CD! Fixei o fio de nylon no CD com fita adesiva para não escorregar e ficar bem centralizado. Deixei a parte brilhante à mostra e cobri a outra face com EVA, trabalhei com as cores rosa e lilá pois serão as cores do quartinho que eu e a comadre estamos planejando para a Princesinha! Colei bem com cola quente!
móbile de CD velho
Continuei com as pérolas, usando uma sequência diferente até chegar ao segundo CD! Fiz o mesmo para chegar ao terceiro e a finalização na parte superior seguiu a mesma sequência inicial, posterior à libélula. Fiz o acabamento com a argola de chaveiro.
Feita esta parte, iniciei a decoração dos CDs! O CD central fiz na cor rosa, usei flores de fuxico pelos dois lados na parte central. Na parte coberta pelo EVA usei flores plásticas em toda a volta, com pequenas perolazinhas para fazer os miolos.
móbile de CD velho móbile de CD velho
móbile de CD velho móbile de CD velho
Nos CDs superior e inferior, cobertos com EVA lilás, usei de um lado flores plásticas violeta e pequenas libélulas, fazendo todo o contorno com pequenas flores douradas. Para o lado brilhante, cortei ao meio uma bolinha de isopor pequena, 3cm de diâmetro. Usando uma espátula pequena para manusear, passei-lhe cola de isopor e a passei em vidrilhos cor de rosa. Cada metade comporia a parte central do CD. O acabamento fiz com flores de cristal.
móbile de CD velho móbile de CD velho
O resultado final está aí! Fica delicado, é simples de fazer e muito barato, pois, além de reciclar CDs velhos, podemos utilizar peças que estão sobrando em casa, já que não exige uma grande quantia.
móbile de CD velho móbile de CD velho

Por hora é isso! Espero que tenham gostado!

Beijinhos a todos e um ótimo restinho de domingo!






sexta-feira, 11 de março de 2011

30.000 visita ao Jardim dos Sonhos


Olá, meus amigos,

ontem o Jardim dos Sonhos passou das 30.000 visitas, mas, infelizmente, não tive tempo de fazer nenhuma postagem!
Talvez vocês não imaginem o tamanho da minha alegria por isso! Obrigada a todos os visitantes pelo carinho, por serem mais uma flor do meu jardim e por participarem dos meus sonhos!
Em comemoração a todas essas visitas e em agradecimento a todos vocês que fazem parte deste blog, dedico este selinho! Mas, como é tradição... vamos a algumas regrinhas... uma brincadeirinha para nos conhecermos cada vez melhor:

1 - O que fez com que te tornasses blogueiro?
2 - Quais as coisas que mais te emocionam?
3 - Quais as coisas que mais te revoltam?
4 - Qual o sonho que te motiva?
5 - Quais os 10 blogs para os quais tu repassas essa homenagem?

Bom, para dar o exemplo...

1 - Não me considero blogueira! Tenho paixão pela escrita e pelas artes em geral e uso o blog para curtir essas paixões! Mas o que me levou a isso? Há um tempinho tive uns probleminhas profissionais, quando estava me reerguendo foi a saúde que gritou! (Tive Síndrome do Túnel do Carpo, a qual comecei tratamento com cortizona, o que me levou a desenvolver Síndrome de Cushing.) Estas questões me afastaram das atividades profissionai por uns bons meses... O tédio de ficar sem fazer nada foi ocupado pelo artesanato e pelo blog... Iniciou como terapia e se tornou paixão!

2 - As coisas que mais me emocionam são a solidariedade e a fé das pessoas. Isso me faz acreditar na humanidade e me dá esperança de um mundo melhor.

3 - Revolto-me muito com a injustiça, com a discriminação e com a desigualdade. Ainda sonho com um mundo justo!

4 - O sonho que me motiva não é novo nem original! É o sonho de igualdade, de justiça e de fraternidade.

5 - Dedico este selo a todos os amigos do Jardim dos Sonhos! Ao seguidores e não seguidores; àqueles que comentam e àqueles que apenas passam anônimos por aqui! Aos amigos cotidianos e àqueles que vez ou outra surge com um simples clique! A todos vocês dedico este selinho! Pessoal, desculpem, mas dessa vez não vou citá-las separadamente... são tantas as flores deste jardim que não as quero esquecer... nenhuma!


"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Más há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado".
(Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão)

Beijinhos a todos!
Obrigada a cada um de vocês!



quarta-feira, 9 de março de 2011

Meme Literário

Olá, pessoal...

Recebi um meme literário de Nile. Achei bem legal! Obrigada pela lembrança! Então, respondendo a meme:

1. Existem vários! Mas o principal é O Morro dos Ventos Uivantes, da Emily Bronthe... Bom, como quem me conhece sabe... respostas sucintas e objetivas não são comigo, então vou trapacear e citar mais uns: Cem Anos de Solidão, do Gabriel García Marquez; A Crônica da Casa Assassinada, do Lúcio Cardoso; A Tempestade, do Shakespeare; Paraíso Perdido, do John Milton; Obra Completa, de Álvares de Azevedo.

2. Ai que maldade! Um só?! Querem acabar comigo! Dicionário de Mitos Literários, do Pierre Brunel... Com ele poderia relembrar várias maravilhas literárias!

3. Hummm... Unzinho apenas?! Bom... Indicaria A Crônica da Casa Assassinada, do Lúcio Cardoso. Não é muito conhecido, mas é maravilhoso!

4. 10 blogs indicados para responder a meme:

5. O blog amigo que me passou este meme foi o De tudo um pouco mimos. Brigadinha!

Bom, é isso!
Beijinhos a todas!




terça-feira, 8 de março de 2011

Selinho!

Olá, queridas seguidoras ou visitantes deste jardim...
Hoje, dia internacional da mulher é um dia para comemorarmos a força e a delicadeza, a energia e a tranquilidade, a potência e a calma de todas nós...
Por isso, a Josinete Beatriz, do Sonhos e Artes teve a feliz iniciativa de fazer este selinho e dedicá-lo a suas seguidoras...
Josi, querida, obrigada pelo carinho de sempre! E, pessoal, aqueles que não conhecem vale a pena conhecer o cantinho dela.
Repassando a todas vocês... Dedico a minhas adoráveis amigas este selinho!

Beijos meninas...

Nunca esqueçam o que há de sofrido e mágico no feminino, pois é isso que gera essa complexidade que nem Freud explica!



Dia Internacional da Mulher, uma singela homenagem


Rosa
Pixinguinha

Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu
Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer


Que neste dia todas tenham o reconhecimento e o carinho merecidos...
Que todos os homens consigam ver o quanto de sutileza e força existe em cada uma de nós...

Feliz Dia Internacional da Mulher a todos...
Beijinhos...




Uma breve história do Carnaval: nesses dias de festa e alegria, um pouco de cultura!

Pelo que se especula, a palavra Carnaval é uma referência à carne, mas diferentemente do que se pode pensar não há relação com a sexualidade; mas à permissão para comer carne! A Terça-feira de carnaval era o dia legitimo pra se comer carne, pois a seguir viriam os 40 dias de jejum da quaresma!
Outra versão para o nome dado a essa festa diz que sua origem está em Roma, onde, em Glória ao deus Saturno, comemoravam-se as Saturnais. Esse festejos eram de tanta importância que tribunais e escolas fechavam as portas durante o evento, escravos eram alforriados, as pessoas saíam às ruas para dançar. A euforia era geral. Na abertura dessas festas ao deus Saturno, carros buscando semelhança a navios saíam na “avenida”, com homens e mulheres nus. Estes eram chamados os carrum navalis. Daí teria surgido a expressão carnevale... carnaval.
A história do Carnaval, como a origem da palavra, é algo difícil de se delinear... não se sabe ao certo quando ele surgiu. Contudo, ao que parece, sua origem tem início há mais de 4 mil anos antes de Cristo, com festas do antigo Egito, como as de culto a Ísis. Eram principalmente eventos relacionadas a acontecimentos religiosos e rituais agrários, na época da colheita de grandes safras. Desde essa época as pessoas pintavam os rostos, dançavam e bebiam. Há também indícios que o Carnaval tem origem em festas pagãs e rituais de orgia. Em Roma, as raízes deste acontecimento estão ligadas a danças em homenagem ao Deus Pã e Baco, eram as chamadas Lupercais e Bacanais ou Dionísicas.

Com o advento do cristianismo, a Igreja começou a tentar conter os excessos do povo nestas festas pagãs. Uma solução foi sua inclusão no calendário religioso. Antecedendo a Quaresma, o Carnaval ficou sendo uma festa que termina em penitência na quarta-feira de cinzas. Os cristãos costumavam iniciar as comemorações do Carnaval na época de Natal, Ano Novo e festa de Reis. Mas estas se acentuavam no período que antecedia a Terça-feira Gorda, chamada assim porque era o último dia em que os cristãos comiam carne antes do jejum da quaresma, no qual também havia, tradicionalmente, a abstinência de sexo e até mesmo das diversões, como circo, teatro ou festas.
Na Idade Média, predominavam nos festejos de Carnaval os jogos e disfarces. Em Roma, havia corridas de cavalos, desfiles de carros alegóricos e divertimentos inocentes como a briga de confetes pelas ruas. O baile de máscaras foi introduzido pelo papa Paulo II, no século XV, mas ganhou força e tradição no século seguinte, por causa do sucesso da Commedia dell'Arte. As mais famosas máscaras são as confeccionadas em Veneza e Florença, muito utilizadas pelas damas da nobreza no século XVIII como símbolo máximo da sedução.
Deste época datam três grandes personagens do Carnaval: a Colombina, o Pierrô e o Arlequim. Eles tem origem na Comédia Italiana, companhia de atores que se instalou na França pra difundir a Commedia dell'Arte. O Pierrô é uma figura ingênua, sentimental e romântica. É apaixonado pela Colombina, que era uma caricatura das antigas criadas de quarto, sedutoras e volúveis. Mas ela é a amante de Arlequim, rival do Pierrô, que representa o palhaço farsante e cômico.
Na Europa, um dos principais rituais de Carnaval foi o Entrudo. A palavra vem do latim e significa início, começo, a abertura da Quaresma. Existe desde 590 d.C., quando o carnaval cristão foi oficializado. O povo comemorava comendo e bebendo para compensar o jejum. Mas, aos poucos, o ritual foi se tornando bruto e grosseiro e o máximo de sua violência e falta de respeito aconteceu em Portugal, nos séculos XVII e XVIII. Homens e mulheres atiravam água suja e ovos das janelas dos velhos sobrados e balcões. Nas ruas havia guerra de laranjas podres e restos de comida e se cometia todo tipo de abusos e atrocidades.

O Carnaval no Brasil

Por causa das atuais maneiras de se brincar o Carnaval, muita gente pensa que esta festa tem origem na cultura trazida pelos escravos. Mas, ao contrário disso, o carnaval brasileiro se origina no entrudo português e aqui chegou com as primeiras caravelas da colonização. Recebeu também muitas influências das mascaradas italianas e somente no século XX é que recebeu elementos africanos, considerados fundamentais para seu desenvolvimento. Com essa mistura de costumes e tradições tão diferentes, o Carnaval do Brasil é um dos mais famosos do mundo e, todos os anos, atrai milhares de turistas.

Mais precisamente, o entrudo desembarcou no Brasil em 1641, na cidade do Rio de Janeiro. Assim como em Portugal, era uma festa cheia de inconveniências da qual participavam tanto os escravos quanto as famílias brancas. Após insistentes intervenções e advertências da Igreja Católica, os banhos de água suja foram sendo substituídos por limões de cheiro, esferas de cera com água perfumada ou água de rosas e bisnagas cheias de vinho, vinagre ou groselha. Esses frascos deram origem ao lança-perfume, bisnaga ou vidro de éter perfumado de origem francesa. Criado em 1885, chegou ao Brasil nos primeiros anos do século XX. Também substituindo as grosserias, vieram as batalhas de flores e os desfiles em carros alegóricos, de origem européia.
Uma das figuras mais marcantes da festa é a do Rei Momo, inspirada nos bufos, atores portugueses que costumavam representar comédias teatrais para divertir os nobres. Há também o Zé Pereira, tocador de bumbo que apareceu em 1846 e revolucionou o carnaval carioca. Tem origem portuguesa e, tendo sido esquecido no começo do século XX, deixou como sucessores os ritimistas que acompanhavam os blocos dos sujos tocando cuíca, pandeiro, reco-reco e outros instrumentos.
As máscaras e fantasias começaram a ser difundidas aqui ainda na primeira metade do século XIX. O primeiro baile de máscaras do Brasil foi realizado pelo Hotel Itália, no Largo do Rocio, no Rio de Janeiro. A ideia logo virou um hábito e contagiou a cidade. Mas, apesar de ser uma maneira sadia e alegre de se brincar o carnaval, contribuiu para marcar as já gritantes diferenças sociais que aqui sempre existiram. O carnaval dos salões veio para agradar a elite e a classe emergente do país, o povo ficava do lado de fora, nas festas de rua ao ar livre. E mesmo com o grande sucesso dos bailes de salão, foi na esfera popular que o carnaval adquiriu formas genuinamente autênticas e brasileiras.


Um dos itens mais importantes do carnaval brasileiro também obedece à evolução histórica. Na falta de um gênero próprio de música carnavalesca, inicialmente as brincadeiras eram acompanhadas pela Polca. Depois o ritmo passou a ser ditado pelas quadrilhas, valsas, tangos, charleston e maxixe, sempre em versão instrumental. Somente em 1880 as versões cantadas - entoadas por coros - invadiram os bailes. A primeira música feita exclusivamente para o carnaval foi uma marchinha, "Ó abre alas", composta para o cordão Rosa de Ouro pela maestrina Chiquinha Gonzaga, em 1899 e inspirada pela cadência rítmica dos ranchos e cordões. Desde então este gênero, que rapidamente caiu no gosto popular, passou a animar os carnavais cariocas. Elas sobreviveram por um longo tempo, mas foram substituídas pelo samba, que na década de 60 passou a ocupar definitivamente o lugar das velhas marchinhas populares de carnaval nas rádios, nas gravadoras de discos e na recente televisão.



Tenhamos todos um Carnaval cheio de alegria e animação!
Divirtam-se!
Beijinhos...



terça-feira, 1 de março de 2011

Morre um imortal...

A imortalidade sempre foi uma busca da humanidade... seja através da ciência, seja através dos desejos espiritualistas de uma alma imortal. Seja como for, porém, alguns atingem esta singular condição. Nomes como Homero, Dante, Da Vinci, Shakespeare, Baudelaire, Poe, John Milton, Cervantes e tantos outros mantêm-se vivos ainda hoje por suas mentalidades imortais que deixaram para um tempo em que o tempo não mais existe obras eternas, sublimes e atemporais. A imortalidade dessas almas comprovou-se com o passar dos anos, das décadas, dos séculos... Quem nunca ouviu falar na Odisséia? Quem jamais se intrigou com alguma das muitas histórias inusitadas de Poe? Quem nunca parou e pensou: ser ou não ser? Eis a questão! O domingo de 27 de fevereiro deste ano entrará para a história, não da humanidade, mas da imortalidade... Morre o homem! Nasce o imortal! Aos 73 anos, Moacyr Scliar, deixa orfã a cadeira 31 da Academia Brasileira de Letras, a qual ocupava desde agosto de 2003. Apesar da grande diversidade de sua obra - extensa e magnífica, que conta com mais de 70 textos publicados - Scliar jamais abandonou a sua origem... A temática judaica foi sempre uma constante em sua obra... Scliar acabou por ser o homem que reescreveu a Bíblia: faz uma trajetória pela vida judaica que se inicia pela questão dos imigrantes e vai voltando em sua história... retomando fatos e momentos até chegar à sua origem. Com uma mentalidade vibrante e um olhar aguçado sobre a história seguiu este caminho, repensando os muitos fatos narrados na Bíblia.
Sentiremos saudades de sua presença diária na vida portoalegrense... Suas obras despertarão um sentimento nostálgico a todos que conheceram a simpatia e olhar tranquilo de Scliar... Mas, sobretudo, suas obras serão um legado imortal, uma presença certa e maciça na história da nossa literatura.
Que tal uma dose de Scliar?

Espírito natalino
Moacyr Scliar

“Homem disfarçado de Papai Noel
tenta matar publicitária em SP.”
(Caderno Cotidiano – FSP – 18/12/01)


Primeira coisa que ele fez, ao chegar em casa, foi tirar a roupa de Papai Noel: estava muito quente, suava em bicas. Também queixou-se de dor na coluna. Isso é por causa do saco que você carrega, observou a mulher. De fato pesava bastante, o tal saco. A razão ficou óbvia quando ele esvaziou o conteúdo sobre a mesa: revólveres, granadas, submetralhadoras, vários pentes de munição. Já não dá para sair de casa sem um arsenal resmungou. 0 seu mau humor era tão óbvio que ela tentou amenizá-lo, puxando conversa. Como foi o seu dia, perguntou.
— Um desastre foi a azeda resposta. — Mais uma vez errei a pontaria. Já é a segunda vez nesta semana.
— Isto é o cansaço — disse ela.
— Você precisa de um repouso. Amanhã você vai ficar em casa, não vai?
— De que jeito? Tenho trabalho
- Amanhã? No dia de Natal?
— O que é que você quer? É a minha última chance de usar a fantasia de Papai Noel Tenho de aproveitar. Suspirou:
— Vida de pistoleiro de aluguel é assim mesmo, mulher. Natal, Ano Novo, essas coisas para nós não existem. Primeiro a obrigação. Depois a celebração.
Ela ficou pensando um instante. — Neste caso — disse —, vamos antecipar a nossa festinha de Natal Vou lhe dar o seu presente. Abriu um armário e de lá tirou um caprichado embrulho. Surpreso, o homem o abriu com mãos trêmulas. E aí o seu rosto se iluminou:
-Um colete à prova de balas! Exatamente o que eu queria! Como é que você adivinhou?
— Ora — disse ela, modesta, afinal de contas eu conheço você há um bocado de tempo.
Ele examinava o colete, maravilhado. E aí notou que ele era todo enfeitado com minúsculos desenhos.
— O que é isto? perguntou intrigado.
Ela explicou: eram pequenas árvores de Natal e desenhos do Papai Noel, trabalho de uma habilidosa bordadeira nordestina:
— Para você lembrar de mim quando estiver trabalhando.
Ele começou a chorar baixinho. Em silêncio, ela o abraçou. Compreendia perfeitamente o que se passava com ele. Ninguém é imune ao espírito natalino.
Texto extraído da “Folha de São Paulo”, edição de 24/12/2001.
Moacyr Scliar, às segundas-feiras, escrevia um texto de ficção baseado em notícias publicadas no jornal.


E nada melhor que lermos sobre ele em suas próprias palavras:

O texto, ou: a Vida - Uma trajetória Literária, Moacyr Scliar, (ed. Bertrand Brasil), lançamento que entrelaça experiências de vida e literatura.

Escrevo há muito tempo. Costumo dizer que se ainda não aprendi não foi por falta de prática. Comecei cedo; minhas recordações de infância estão ligadas a isso: a ouvir e contar histórias. Não só histórias de personagens que me emocionaram, me intrigaram, me encantaram, me assustaram — o Saci-Pererê, o Negrinho do Pastoreio, a Cuca, Hércules, Teseu, os Argonautas, Mickey Mouse, Tarzan, os Macabeus, os piratas, Emília, João Felpudo, Huck Finn —, mas também as histórias que eu ouvia de meus pais, de parentes, dos vizinhos, e aquelas que eu próprio inventava. Contar e ouvir histórias é fundamental para os seres humanos; parte de nosso genoma, por assim dizer. Sob a forma de mitos, as histórias proporcionavam, e proporcionam, explicações para coisas que parecem, ou podem parecer, misteriosas. De onde veio o mundo? De onde surgiram as criaturas que o habitam? O que acontece com o sol quando ele se põe? Mitos ou histórias proporcionam explicações que, mesmo fantasiosas (ou exatamente por serem fantasiosas), acalmam nossa ansiedade diante da vida e do universo. Os índios Kiowa, dos Estados Unidos, explicam, através de uma narrativa, por que a formiga vermelha tem o corpo praticamente dividido em duas metades. A história é narrada através de diálogos entre o deus Saynday e a Formiga Vermelha, que até então tinha o corpo inteiriço, esférico. Saynday expressa a sua preocupação em relação à morte, coisa que a Formiga Vermelha, no entanto, menospreza e considera apenas um justo castigo para incompetentes. Dias depois o filho da Formiga Vermelha morre, pisado por um búfalo; desesperada, ela tenta suicidar-se, cortando-se em duas metades com uma faca, mas Saynday não permite. Resultado: a Formiga Vermelha fica com o corpo quase seccionado. Desta maneira, além de prover uma explicação para a característica do inseto, a narrativa envolve uma meditação sobre a morte e o sofrimento. Tão importantes quanto os mitos são os contos populares, aqueles que serviram de base para as histórias de Charles Perrault (1628-1703), dos irmãos Grimm (Jakob: 1785-1863; Wilhelm: 1786-1859), de Hans Christian Andersen (1805-1875).
Como entender a magia dos contos de fadas e as narrativas populares em geral? Vários teóricos estudaram o assunto, à luz de diferentes pontos de vista. Para começar, temos o russo Vladimir Propp (1895-1970), que usou o método estruturalista para identificar os elementos narrativos mais simples dos contos populares russos, os "narratemas". Identificou, assim, 31 narratemas básicos. Por exemplo: 1) o herói é apresentado; 2) o herói recebe uma proibição ("nunca atravesse aquele bosque"); 3) o herói viola a interdição; 4) o herói encontra o vilão; e assim por diante. Esta, contudo, é uma análise formal. Para entendermos o significado psicológico das histórias temos de ir mais fundo, como fez Bruno Bettelheim (1903-1990).
Egresso de campos de concentração, Bettelheim imigrou para os Estados Unidos, onde se tornou professor de psicologia na Universidade de Chicago. Lá criou a chamada Escola Ortogênica, que tratava de crianças mentalmente perturbadas. O trabalho lhe deu um certo prestígio; sua reputação, contudo, ficou prejudicada quando tornou-se público que as credenciais universitárias de Viena, apresentadas por ele, não existiam e que havia maltratado crianças. Mas seu livro A psicanálise dos contos de fadas, que examina esses contos à luz da psicologia freudiana, teve muita repercussão. Bettelheim sustenta que tais narrativas são importantes no desenvolvimento da criança, ajudando-a a entender e, inclusive, a sublimar os seus impulsos agressivos. Já Marie-Louise von Franz (1915-1998) aplicou os princípios da análise junguiana aos contos de fadas. Em Uma introdução à interpretação dos contos de fadas, argumenta que tais narrativas são a mais pura e simples expressão do inconsciente coletivo postulado por Carl Jung (1875-1961), partilhado por toda a humanidade e povoado por gigantes, monstros, bruxas, demônios. O historiador contemporâneo Robert Darnton (1939- ) diz que os contos de fadas nos ajudam a entender o mundo mental — temores, esperanças — de épocas passadas. Em muitos casos, funcionavam como lições práticas.
A história do Chapeuzinho Vermelho, narrada pelos pais às filhas, era uma advertência: na Idade Média as meninas eram presas fáceis dos senhores feudais, que podiam violentá-las sem qualquer restrição. Os mitos antigos encontram correspondência nas narrativas dos bardos gregos e romanos, nas lendas orientais, nas parábolas bíblicas, na novella medieval italiana aperfeiçoada por Boccaccio (1313-1375), nos fabliaux franceses, nos contos modernos. Porque têm princípio, meio e um final, as diferentes formas de narrativa nos dão a consoladora idéia de que a vida faz sentido. Final, aliás, não é a mesma coisa que fim. Final é menos drástico, e mais misericordioso. No final a imagem fica congelada; há um potencial para a continuidade, esta sem limites. Ad imortalitatem, a divisa da Academia Brasileira de Letras, expressa um desejo (fantasioso, mas desejo) de todos os seres humanos. Todos queremos ser imortais. A literatura é uma promessa neste sentido, uma dupla promessa, aliás. De um lado, o autor tem a esperança da permanência: "Fulano não morreu, permanece vivo em suas obras." De outro lado, a história sempre pode continuar. "Casaram e foram felizes para sempre." Este "sempre" é uma gama infinita de possibilidades: os filhos, alegres e rechonchudos; os netinhos... De divórcio ninguém fala ao final de um conto de fadas. Não faz parte do final feliz.
Unindo os seres humanos na esperança, ainda que fantasiosa, as narrativas criam laços emocionais. Querem um exemplo? Tomem uma família (pai, mãe, filhos) em casa, à noite. Já jantaram, já viram tevê — a típica rotina das casas brasileiras nesse horário. E aí o pai ou a mãe anunciam ao caçula que está na hora de dormir.
Não há criança que receba esta notícia sem protestar. Afinal, será afastada do convívio dos pais e dos irmãos; será levada para o quarto de dormir; a luz vai se apagar; a porta vai se fechar. Ficará no escuro, aquele escuro que a imaginação infantil povoa de seres fantásticos, não raro ameaçadores. E por isso reclama, sapateia, chora. Todo pai e toda mãe sabem, contudo, que há um jeito de superar esse problema. Uma frase: "Se você for para a cama agora, eu lhe conto uma história."
Não há menino ou menina que resista a este convite. Porque a história significa a presença tranqüilizante do pai ou da mãe. E, se eles lerem a história, a criança associará o objeto livro com esta imagem protetora: estará nascendo ali um futuro leitor ou leitora.
A história é feita de palavras. Palavras são fundamentais para quem escreve, como a madeira, a serra, o martelo, os pregos, para o marceneiro. Esta comparação, no meu caso, é mais do que adequada. Passei boa parte da infância na oficina de móveis do meu tio. Como não podia comprar brinquedos em lojas — eram muito caros —, eu próprio os fabricava, utilizando a madeira que sobrava dos móveis. Confeccionava, assim, aviões e navios de guerra, todos com muitos canhões — cada canhão representado por um prego, com o que ficava fácil criar um grande poder de fogo.
Lembro desses brinquedos com saudade. Ensinaram-me, em primeiro lugar, a trabalhar com as mãos, o que é um bom antídoto para a arrogância intelectual. Ensinaram-me também a usar a imaginação para com ela suprir as deficiências dos toscos objetos.
A comparação com oficina pode parecer insólita; literatura nem é considerada trabalho. Há uma história (sempre contando histórias, Moacyr Scliar! Sempre contando histórias!) sobre um escritor e seu vizinho. O vizinho olhava o escritor que estava sentado, quieto, no jardim, e perguntava: "Descansando, senhor escritor?" Ao que o escritor respondia: "Não, amigo, estou trabalhando." Daí a pouco o vizinho via o escritor mexendo na terra, cuidando das plantas: "Trabalhando?" "Não", respondia o escritor, "descansando".
Uma ocupação que não parece trabalho mobiliza arcaicos sentimentos de culpa; afinal, e ao menos no Ocidente, ainda vivemos sob a influência do bíblico "ganharás o pão com o suor do teu rosto". Isto talvez explique um curioso ritual do Nobel Gabriel García Márquez (1928- ). O escritor colombiano conta que, quando se senta para escrever, coloca sobre a mesa os mais variados objetos — lápis, tesoura, cola, borracha, grampeador — para se sentir como um operário. Mas o resultado objetivo desse esforço, do ponto de vista material, é modesto: resume-se a palavras. Palavras na tela do computador, palavras no papel.
Palavras, palavras. São tudo — para os escritores, não para as pessoas em geral. Isto explica a amarga ponderação de Franz Kafka (1883-1924): "É um absurdo trocar a vida por palavras." Ou o dilema posto por Pirandello (1867-1936): "Ou se vive, ou se escreve." Ou a poética afirmação de Pablo Neruda (1904-1973): "Livro, quando te fecho abro a vida." Apesar da suposta oposição entre texto e vida, todos os escritores sabem que não há outra forma de produzir literatura. É preciso, por assim, dizer, suspender a existência, ainda que momentaneamente, para criar outras existências, virtuais, ficcionais.


Fiquem bem... com a tranquilidade de espíritos nobres e com a imortalidade de palavras eternas...


Beijinhos a todos...



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...