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quinta-feira, 19 de maio de 2011

A beleza e a luz d"A Flauta Mágica"

Die Zauberflöte
Wolfgang Amadeus Mozart

Tendo estreiado em setembro de 1791, em Viena, a ópera é uma das mais primorosas produções musicais em seu estilo, produzida pelo prodigioso Mozart que precocemente já mostrava suas aptidões para a música.
A ópera é um reflexo da filosofia do iluminismo, e traz os conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade que vieram à tona com a Revolução Francesa. É ela uma alegoria do homem que precisa sair das "trevas" da Idade Média em direção à luz do Iluminismo.
Há dois casais que se formam na ópera, Papageno-Papagena, simbolizando o lado comum da humanidade; e Tamino-Pamina, simbolizando o iniciado. O contexto é uma luta entre a Rainha da Noite, que ambiciona o poder, e Sarastro, o grande sacerdote que só pratica o bem. Para Sarastro trabalha o mouro Monostatos, que tenta seduzir Pamina e se alia à Rainha da Noite.
A obra começa com Tamino perdido na floresta, onde encontra Papageno, um homem alegre que aprecia os prazeres da vida e trabalha para a Rainha da Noite. Deste encontro Tamino fica sabendo que Pamina, filha da Rainha da Noite, foi sequestrada por Sarastro e, apaixonado pela sua beleza e a pedido da Rainha da Noite, decide resgatá-la.
Na sequência, ambos passam por várias provas antes de poderem se encontrar. Papageno também passa por um tipo de prova antes de encontrar Papagena, e este contraponto do homem comum que se comporta de modo diferente do príncipe diante das adversidades é o lado cômico que faz esta ópera tão popular.
Esta obra está repleta de simbolismo maçônico. Os apaixonados lutam contra as forças do mal e a Rainha da Noite, Mãe de Pamina, para se purificarem e alcançarem a sabedoria juntos. A todo momento ao casal são impostas provas, as quais têm que ser superadas para que possam alcançar aquilo que desejam, trata-se de uma espécie de rito iniciático maçônico. A união de Tamino e Pamina é um ingresso ao Templo da Sabedoria, o qual só é possível a partir da superação de várias etapas e provas pelas quais eles devem passar.

Os Personagens:
Tamino (príncipe) - tenor
Pamina (filha da Rainha da Noite) - soprano lírico
Sarastro (sacerdote de Ísis e Osíris) - baixo
Rainha da Noite - soprano ligeiro
Papageno (caçador de pássaros) - barítono
Papagena (prometida a Papageno) - soprano
Monostatos (mouro a serviço de Sarastro) - tenor bufo
Orador - baixo
Dois Sacerdotes - tenor e baixo
Três Rapazes - sopranino e alto
Três Damas - soprano e alto

Sinopse:

Ato I
O príncipe Tamino entra num bosque para fugir da perseguição de uma serpente monstruosa. Cai de cansaço e é salvo por três damas da Rainha da Noite. As mulheres ficam maravilhadas com a sua beleza e correm a dar a novidade à sua senhora, a Rainha da Noite. Enquanto isso, Papageno, um caçador de pássaros e servo da Rainha, entra em cena. Ele mente, dizendo que matou a serpente. As damas, ao voltarem, castigaram o mentiroso colocando na boca um espécie de cadeado.
As damas mostram um retrato da filha da Rainha da Noite para Tamino que, ao vê-la, fica apaixonado. Depois da ária de Tamino onde ele demonstra toda sua paixão por Pamina, chega a própria Rainha da Noite, que, comovida pelas palavras de amor do príncipe, revela o sequestro de Pamina por Sarastro, rei e sacerdote de Ísis, prometendo ao jovem a mão da donzela se ele conseguir resgatá-la com segurança do Templo do rei. Tamino aceita o desafio.


Em troca, as três damas entregam a ele uma oferta da rainha: uma flauta mágica em ouro, que é capaz de mudar o estado de espírito dos seres vivos que a escutam. Papageno, que irá acompanhar o príncipe em sua jornada, ganha um carrilhão mágico, também com poderes extraordinários.
Mais adiante, descobrimos que Pamina está numa sala guardada por Monostatos, escravo mouro do palácio de Sarastro que tenta seduzi-la. Nesse momento, chega Papageno e, ao vê-lo, o escravo sai a gritar com medo do seu aspecto. O caçador de pássaros diz à jovem que Tamino está a caminho para resgatá-la.
Enquanto isso, Tamino entra no Templo da Sabedoria e se depara com um sábio orador, que lhe revela o bom caráter de Sarastro e lhe aconselha a desconfiar dos atos obscuros da Rainha da Noite. Ao ouvir a notícia de que sua amada ainda está viva, Tamino toca sua flauta, que é prontamente respondida por Papageno, que toca sua flauta-de-pã. O príncipe procura seguir o som longíquo vindo do instrumento de Papageno, porém Monostatos acaba encontrando caçador de pássaros e Pamina antes. Para escapar do mouro e seus escravos, Papageno toca o carrilhão mágico, enfeitiçando seus perseguidores e possibilitando sua fuga ao lado de Pamina.
Aparece Sarastro e Pamina lhe diz que a sua tristeza se deve ao assédio de Monostatos, razão pela qual este será castigado por Sarastro. Tamino e Pamina se encontram pela primeira vez, mas antes que o casal possa se unir o rei pede que Tamino e seu acompanhante, Papageno, sejam preparados para serem iniciados nos mistérios da sabedoria e se juntar à fraternidade do templo.

Ato II
Num bosque de palmeiras, Tamino e Papageno reúnem-se para serem iniciados pelos sacerdotes na presença do rei. Uma das provas a que ambos são submetidos é a de ficar em silêncio. Durante a prova, ambos passam por diversas tentações, que têm por objetivo desviá-los do caminho da virtude. Enquanto Tamino tem persistência para se manter calado, Papageno é facilmente distraído pelas três damas da Rainha da Noite, que aparecem para atormentar os dois e fazê-los quebrarem seu juramento.
Pamina está num jardim. Aparece a Rainha da Noite, informando-a que o seu amado se aliou com o inimigo. A jovem percebe que é o coração de sua mãe que destila maldade e ódio. Esta dá um punhal à filha, exigindo-lhe que mate Sarastro sob pena de ser rechaçada para sempre por ela. Pamina fica horrorizada.


Nesse momento, aparece Monostatos que ouviu toda a conversa e tenta fazer chantagem. Não obstante, o diálogo também tinha sido escutado pelo rei que manda prender o escravo e pede a Pamina paciência e compreensão, tranquilizando-a.
Tamino e Papageno entram no templo, calados. Aparecem os três gênios que lhes restituem a flauta e o carrilhão e pedem-lhes que sigam em silêncio. Ao tocar a flauta aparece Pamina que, ao não obter nenhum tipo de resposta tanto de Tamino quanto de Papageno, acredita ter sido rejeitada pelo amado e deixa-se dominar pela dor. Os sacerdotes conduzem os iniciados ao interior do templo onde ambos decidem seguir em frente com a sua iniciação.
No jardim, Papageno recebe a visita de uma anciã, que pede para se casar com ele. Este, com medo de ficar só, aceita. Nesse momento, a anciã transforma-se numa linda jovem: Papagena. Entretanto, o sacerdote do templo tira-lha, porque primeiro terá de merecê-la.


Pamina está à beira da loucura e a ponto de se suicidar com o punhal que a mãe lhe deu. Os três gênios intervêm e convencem-na a não o fazer e procurar o seu amado. Quando o encontra, ele está a preparar-se para as provas de água e fogo que terá de concluir. Pamina, loucamente enamorada, pede permissão para acompanhá-lo. Ambos conseguem passar com sucesso por essas provas e são admitidos no Templo da Sabedoria por toda sua fraternidade.
Papageno está desesperado, perdeu a sua amada e teme ficar sozinho. Quando está determinado a suicidar-se, aparecem os três gênios e aconselham-no a usar o carrilhão. Ao tocá-lo surge Papagena. Ambos declaram o seu amor.
A Rainha da Noite, que se juntou a Monostatos, tenta dar o golpe definitivo contra os sacerdotes, mas são vencidos no último momento e lançados à noite eterna. O coro entoa louvores a Ísis e Osíres, dando glória aos iniciados (Pamina e Tamino), em um final simbólico, demonstrando a fraternidade que todo ser humano deve demonstrar com os seus e a celebração da coragem, virtude, sabedoria e o amor.

A beleza da composição de Mozart é sem igual, o que a faz ser considerada por muitos como sendo sua obra prima. Fica, entao, a dica de algo para encher nossos olhos e ouvidos! Além de filosófica e simbolicamente riquíssima.

Espero que tenham gostado! Procurem na íntegra, vale a pena!
Beijinhos a todos...




5 comentários:

Unknown disse...

oi Clau que legal ! Uma ópera!! Admiro músicas de várias óperas. Não sou uma especialista, nem posso comentar mais detalhes, mas algumas me emocionam bastante!Parabéns pela sua cultura, te admiro muito! Obrigada, bj Nina

Claudinha disse...

Oi, xará!
Obrigada pelo recadinho, quero sim que você mantenha contato.
Lindo o seu "jardim"!!!!!
Bom mesmo para "sonhar"!!
BEijos.

Márcia Basílio disse...

Olá!!! Clau,
Que luxo... ópera!!! Gosto de ouvir ópera quando estou sozinha fazendo alguma arte, mas não sou nenhuma exper no assunto. Na época em que exercia minha profissão de jornalista, fiz uma matéria com o Renato Machado (jornalista e apresentador do Bom dia, Brasil) e ele é um aficcionado e grande conhecedor de óperas. A entrevista acabou sendo uma aula para mim sobre o assunto.
Bjs e tenha uma sexta musical e bem romântica,

Van =) disse...

Ola querida obrigado pelo lindo comentarios,obrigado pela participação,em breve nas surpresas,bjokas e bom fds.

Os Bugs disse...

Oi, Clau! Muito obrigada pela tua visita a nosso blog! Uma idéia que nos encanta é a do vagalume que traz consigo a própria luz! Muito legal o teu blog e que presente esse post sobre "A Flauta Mágica" - puro encantamento! Beijos
Sandra

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