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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Pela chama de Prometeu, o criador do humano...

Em tempos de educação em debate, tem-se que pensar o que realmente esperamos de nossas escola. Que escola temos? e, principalmente, que escola queremos? Temos que optar entre o legado da escola tradicional e algo novo, ainda em construção, que não respeita normas nem conceitos, apenas às leis do bom senso, mas que nos conduz a um novo padrão educacional.
A educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal, centrado na condição humana. Estamos na era planetária; uma aventura comum conduz os seres humanos, onde quer que se encontrem. Estes devem reconhecer-se em sua humanidade comum e ao mesmo tempo reconhecer a diversidade cultural, inerentea tudo que é humano.
Conhecer o humano é, antes de mais nada, situá-lo no universo e não separá-lo dele. (Morin, p. 47.)
Educar é um ato de humanidade, que se dá pelo e para o humano. Assim temos que repensar nossa prática, nossas metodologias buscando não formas prontas, mas revolucinonando o processo educativo, evoluindo e transformando-se na mesma medida que promovemos evolução e transformação.
Educar não pode ser uma atitude de controle e punição. Educar é muito mais que "vigiar e punir", para fazer referência a Foucault. A história da educação consagrou à disciplina espaço bastante centralizante. Muito mais importante que o saber para a nossa escola foi a ordem. O que importa a criatividade, se os alunos não sabem calar?


Estamos em pleno conflito entre dois momentos da educação. De um lado temos uma estrutura reacionária, conservadora... de outro, uma verdadeira revolução. Não podemos desprezar todos esses anos da educação nacional, como não podemos ignorar essa transformação.
Não podemos encarcerar a emoção, nos manter presos em uma estrutura rígida e sem humanidade. Temos que tirar o pó da educação, deixar ela emergir, florescer... dar novas flores ao jardim. Para isso temos que retomar o princípio da humanidade, deixar nossos alunos livres, para pensar, para criar, para construir seu conhecimento... livres para sonhar.
Um bom professor educa seus alunos para uma profissão, um professor fascinante os educa para a vida. Professores fascinantes são profissionais revolucionários. Ninguém sabe avaliar o seu poder, nem eles mesmos. Eles mudam paradigmas, transformam o destino de um povo e um sistema social sem armas, tão-somente por prepararem seus alunos para a vida através do espetáculo de suas ideias.
Os mestres fascinantes podem ser desprezados e ameaçados, mas sua força é imbatível. São incendiários que inflamam a sociedade com o calor de sua inteligência, compaixão e singeleza. São fascinantes porque são livres, são livre porque pensam, pensam porque amam solenemente a vida.
Seus alunos adquirem um bem extraordinário: consciência crítica. Por isso, não são manipulados, controlados, chantageados. Num mundo de incertezas, eles sabem o que querem. (CURY, p. 79.)
Temos que educar para a liberdade. Para a liberdade dos alunos e para que nós mesmos possamos nos libertar desse cárcere em que mantemos nossa emoção, banida por nossa racionalidade irracional.
Lutemos por essa liberdade, por essa chama sagrada que move nossa mente, a chama que Prometeu roubou dos deuses para nos presentear. Essa chama que é luz e vida. Nas palavras de Leloup,
Se minha casa pegasse fogo, eu salvaria o fogo... se o mundo inteiro pegasse fogo, eu salvaria o fogo... Esta chama! Esta centelha de amor, a única coisa que jamais nos será tirada! O amor é o único Deus que não é um ídolo; só o possuímos quando o damos... Para o céu nada se leva... a não ser o que se deu.

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