A educação é um dos mais belos sonhos da humanidade, contudo, nossas políticas educacionais insistem e desvirtuar esse sonho.
Difícil aceitar que profissionais preparados para a vivência pedagógica tenham que se subordinar a pessoas que desconhecem totalmente a realidade da educação. Pior que os baixos salários são as más condições de trabalho, a indignidade com que os profissionais são tratados seja pelo poder público seja por colegas que acabam por denegrir a categoria e justificar a visão negativa que hoje se tem do magistério.
Temos hoje que lutar por nossa autonomia e por se fazer cumprir aquilo que um dia juramos de forma solene:
Prometo, no exercício de minha profissão, cumprir fielmente os deveres da honra, da ciência e do magistério e tudo fazer quanto as minhas forças permitirem pela educação nacional e pela grandeza do país.
Temos que escolher entre ser profissional e cumprir com o que arbitrariamente nos é imposto ou ser educador e levar a nossos alunos aquilo que eles realmente merecem.
Numa ditadura disfarçada, somos tachados de torturadores. Temos que abrir mão de nossas convicções ou passarmos boa parte de nosso tempo em secretarias de educação, justificando a políticos leigos nossas atitudes e práticas.
Enquanto tivermos professores que não se importem de perderem seu tempo justificando suas práticas em vez de copiar cartilhas mal feitas, a educação ainda terá esperança.
Neste ponto, lembro as palavras de Augusto Cury:
Não escrevo para heróis, mas para pessoas que sabem que educar é realizar a mais bela e complexa arte da inteligência. Educar é acreditar na vida e ter esperança no futuro, mesmo que os jovens nos decepcionem no presente.
O poder público, com suas novas pedagogias, com seus novos projetos, cria barreiras à prática docente. Criam-se siglas (PAC, PDE, ENEM...) e o ato educativo torna-se cada vez mais distante e difícil. Falta notar que não é desse tipo de prática que a educação carece, mas do comprometimento de todos, sobretudo do Estado, para que com ou sem isso tudo, ou apesar disso, a educação realmente comece a acontecer.
Aqueles que hoje controlam as políticas educacionais desconhecem a complexidade do educar, não conseguem atigir a dimensão desse ato e por isso não podem guiá-lo, pois apenas o verdadeiro educador sabe que
ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia de nossa palavra. (Ruben Alves)
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